PLANEJAMENTO FINANCEIRO PARA PAIS E FILHOS

Planejamento financeiro deveria ser ensinado desde cedo para as nossas crianças. Eis algumas razões para efetivarmos este aprendizado tão salutar o quanto antes em nossos lares:

Protege a família de riscos financeiros: Todos estão sujeitos a imprevistos como doenças, acidentes, ações judiciais, falecimentos e outros.

Permite que você saia do vermelho: A maior prioridade para quem têm dívidas é quitá-las o quanto antes. Existem pessoas que vivem a vida acumulando débitos difíceis de saldar. Despesas com cartões de crédito, cheque especial ou empréstimos tornam-se, muitas vezes, impagáveis se não houver um bom planejamento.

Garante uma aposentadoria tranquila: Sem um bom projeto não é possível saber o quanto você vai ter de acumular antes de se aposentar. Lembre-se: A expectativa de vida da população mundial tem aumentado ano a ano, portanto, você ainda vai gastar muito dinheiro no decorrer da sua vida até chegar à tão sonhada aposentadoria.

Esta prática nada tem a ver com ficar muito rico, nem com a profissão escolhida. Um professor ou um empresário quando se encontram com dificuldades em gerir o seu capital e se desestabilizam financeiramente, geralmente, transferem suas ansiedades e angústias para a família. Os sintomas mais frequentes são: “Irritabilidade e depressão”. Muitos lares não resistem à pressão emocional imposta pela falta ou má administração dos bens materiais e terminam por desfazer-se.

Para manter-se em equilíbrio e no caminho da sua realização pessoal, o homem deve estar bem em três aspectos da sua vida: “Espiritual, Familiar e Financeiro”. Quando passamos por problemas materiais parece que está pirâmide desmorona. A sabedoria popular nos ensina que: ”Quando a necessidade entra pela porta, a felicidade sai pela janela”.

Ajudando a planejar o futuro dos filhos

O grande psiquiatra Içami Tiba em seu livro: “Adolescentes: Quem ama, educa!”, nos ensina que logo que a criança aprenda a fazer as suas contas, já está na hora dos pais incluírem a “mesada” em suas vidas. Ensina também regras de conduta e como administrar com sabedoria este importante recurso de aprendizado. Desde cedo, portanto, devemos ensinar aos filhos as regras do planejamento financeiro.

Outra sugestão interessante é compartilhar pequenas decisões do orçamento doméstico com seu filho. Despesas do início do ano letivo são um bom momento para se exemplificar esta prática. Procure fazer uma pesquisa de preço com eles. Itens mais caros como estojo, mochilas e livros devem ser discutidos e avaliados com critério. Nem sempre o mais custoso é o melhor.

Estas pequenas práticas do dia a dia podem evitar transtornos futuros, como o de crianças que não aceitam ouvir um “não” e querem sempre o melhor independente do preço. É o hábito saudável da economia semeado no lar.  Pais e filhos devem se esforçar para descobrir os seus talentos. Em geral, os filhos escolhem sua profissão na adolescência e com honrosas exceções ainda não se encontram preparados para uma decisão de tal envergadura.

É responsabilidade dos pais orientar, apontar caminhos, dar sugestões, analisar as preferências e aptidões dos seus protegidos para que eles tenham uma maior chance de acertos na sua escolha. Lembre-se, esta opção poderá ter consequências para toda a vida. A palavra final sempre será do protagonista e principal interessado, ou seja, do filho. No entanto, os pais na convivência diária com os seus tutelados devem ajudá-los nessa descoberta. Esta linha tênue entre “a vocação do filho e a vontade do pai” irá exigir treinamento, esforço, conhecimento do mercado e muito amor. O que não podemos é nos acomodar, este treinamento deve começar na infância e estender-se até a sua juventude.

Planejamento financeiro é uma das bases para uma boa vida em família. Conheço pessoas felizes e realizadas em suas profissões e que vivem com poucos recursos materiais. Com parcos recursos conseguem idealizar os seus sonhos, seguem a sua vocação, investem no talento dos filhos, enfim, fazem girar a “roda da vida e da prosperidade” e cumprem o seu papel na sociedade. Conheço também pessoas muito ricas que vivem endividadas. Ganham muito dinheiro, no entanto, gastam muito também. Possuem casas de lazer na praia e na montanha. E nunca encontram tempo para refazer as suas energias por lá. Alegam que trabalham muito.  Não tenho a pretensão de apontar caminhos. A busca da felicidade é individual. O muito para uns é pouco para outros. Pense nisso!